Diagnóstico, Estadiamento e Tratamento Cirúrgico e Multidisciplinar do Câncer Colorretal
Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
A – RECOMENDAÇÕES GERAIS QUANTO AO DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO DIAGNÓSTICO
Um dos fatores mais importantes para diminuição da morbimortalidade do câncer colorretal (CCR) é o tempo de evolução da lesão, por esse motivo, na suspeita de CCR pela História Clínica e pelo Exame Físico, é mandatória a realização de um exame proctológico (toque retal)(D).
A identificação correta do local da lesão colorretal e a possibilidade de realização de um exame completo, faz com que a retossigmoidoscopia (rígida ou flexível) seja sempre indicada na suspeita de câncer retal(D).
Com a vantagem de melhor poder identificar pequenas lesões e de fornecer um achado histopatológico, a colonoscopia é o exame preferencial para o diagnóstico do câncer colônico(B) (D).
Quando, durante a colonoscopia, forem encontrados pólipos fora da área de ressecção da lesão principal, estes podem ser retirados neste momento(B)(D). Na presença de lesão infiltrativa, deve-se realizar, quando possível, a biópsia da mesma(D).
O exame radiológico contrastado do cólon (enema opaco) deverá ficar reservado para quando não houver acesso à colonoscopia ou quando existir alguma contra-indicação para esse exame(B) (D).
B – ESTADIAMENTO
Pré-operatório
O objetivo de um estadiamento na enfermidade neoplásica é o de identificar não somente a extensão loco-regional da lesão primária, mas também a sua extensão a distância.
A mensuração do antígeno carcino-embrionário (CEA) tem grande importância, porém apenas prognóstica5,9(D)(B).
A investigação de eventuais metástases intra-abdominais e pélvicas deve ser feita por meio de exame ultra-sonográfico (US) e/ou por tomografia computadorizada (TC), à critério clínico5(D)13(B).
Já a investigação de metástases pulmonares deve ser efetuada por meio de exame radiológico simples de tórax. A tomografia computadorizada (TC) pode ser solicitada à critério clínico5(D)13(B).
Como a extensão da ressecção colônica está associada à outras eventuais lesões, o exame colonoscópico também faz parte da pesquisa de eventuais lesões sincrônicas4,5(D).
Apesar da possibilidade da utilização do toque retal, a infiltração e extensão do tumor de reto deve ser avaliada quando possível pela ultra-sonografia endorretal (USER), que tem acurácia comparável à tomografia computadorizada do (TC) do períneo14,15(B).
Intra-operatório
A ampla inspeção da cavidade abdominal, por via aberta ou laparoscópica, com biópsias das eventuais lesões suspeitas é sem dúvida uma medida recomendável para direcionamento do tratamento adjuvante(D).
A ultra-sonografia intra-cavitária, quando disponível, está indicada para avaliar a presença de eventuais metástases hepáticas não diagnosticadas por outros métodos diagnósticos e que sejam encaminhadas para cirurgia, ablação ou tratamento por outros métodos complementares (C) .
Pós-operatório
A avaliação da agressividade tumoral e de sua invasibilidade é dada, sem dúvida, pelo exame anatomopatológico. Faz-se mister um estadiamento completo e internacionalmente utilizado. Sugere-se a classificação TNM e de Dukes e/ou Astler-Coller3(D).